domingo, 22 de maio de 2011

Ele se foi
Ele se foi...
Eu tinha muito medo que isso acontecesse...
Era um temor aterrorizador...
Era o meu maior temor...
Aconteceu...
Vou conviver com esta dor...
E como não há mais o que temer...
Só me resta vencer...
Só me resta realizar os seus desejos...
Banir os meus medos...
Expulsar os demônios...
Tornar tudo possível...
Tornar tudo viável...
Tornar tudo plausível...
Finalizar as metades...
Concluir as paredes...
Concretizar coisas etéreas...
Transformar o que é vago em matéria.
Mesmo ainda de luto, eu vou à luta...
Não deixar a casa ruir...
Tão pouco a peteca cair...
Tê-lo como alicerce...
E construir algo bom, por ele, pois ele merece...
Tê-lo como exemplo...
Exemplo, que transpassará o tempo...
Exemplo que será o meu alento...
Ele se foi...
Dele a vida foi banida...
Mas deixou uma família unida...
Deixou uma família em concórdia...
Entre nós não houve discórdia...
Vivemos em nosso coração, o legado do grande João:
A união entre os irmãos e um apoio à nossa mãe, sem impor condição.

Euler Rocha

domingo, 20 de março de 2011

O SONHO DÁ O SEU PALPITE
Vai dar tudo certo...
Neste meu deserto...
Vou encontrar oasis...
Vou fazer as pazes...
Vou sorrir pra vida...
Cicatrizar as feridas...
Ver novas corridas...
De barcos a deriva...
Ser mais um que sonha alto...
Mais um que sobe ao palco...
Algo bom eu vou fazer..
Ou vou enloquecer...
Vou descartar os Ases e me encher de duques...
Vou precisar de jokers para fazer meus truques...
Vou fazer poemas que façam nascer a flora...
Pois é hora de iluminar...
E o sol brilha lá fora...
A Primavera quer chegar...
E o Inverno não quer se deixar derrotar...
A dúvida sobre o futuro, às vezes me apavora....
E o presente incerto não é algo que se ignora....
Quero voar sobre as nuvens...
Apenas para me sentir mais leve...
Quero voar ao máximo...
Porque as asas são breves...
Mas quero ter os pés no chão
E certezas no coração...
Que mesmo o céu sendo o limite...
O sonho dá o seu palpite...
Pois não podemos viver sem sonhos...
Sem eles tudo fica medonho...
Tudo fica enfadonho...
O caminho é tristonho...
E o oasis encontrado deixa de ser risonho.

Euler Rocha